Entrevista candidata a deputada federal Geane Derosso Chu
27 de setembro de 2022 |
Qual a importância da recriação do Ministério das Cidades? Na sua avaliação, qual a relevância de termos políticas públicas de desenvolvimento urbano envolvendo arquitetos e urbanistas, e engenheiros?
Nós do Partido NOVO somos a favor da redução da maquina pública. Acreditamos e temos convicção de que a solução dos problemas das cidades não está na recriação de mais um Ministério, demandando contratação de funcionários públicos e criação de cargos em comissão que na maioria das vezes existem com o objetivo de promover o “aparelhamento” politico do órgão, gerando um aumento da despesa para o país e a centralização das decisões em Brasília.
Defendemos de forma clara a participação e valorização dos profissionais de Arquitetura e Engenharia a frente das decisões e proposições de Politicas Públicas de Desenvolvimento Urbana, junto aos Municípios e em Órgão Públicos Estaduais dedicados ao Planejamento Urbano das Regiões Metropolitanas.
Defendemos que as Politicas de Desenvolvimento Urbano sejam propostas, estabelecidas, aplicadas e monitoradas pelos Municípios, através dos seus técnicos, arquitetos, engenheiros e demais profissionais relacionados ao tema, criando equipes de trabalho multidisciplinares, com a participação da comunidade local, através de seus representantes e das pessoas que efetivamente vivem, trabalham e constroem a cidade. Entendemos que soluções de Urbanismo não devam ser resolvidas por um Ministério em Brasília, mas sim na base de tudo, que são os municípios.
Na sua opinião, qual a importância dos Planos Diretores enquanto política de orientação do crescimento urbano?
O Planejamento Urbano é fundamental para o ordenamento e desenvolvimento das cidades, possibilitando o equilíbrio entre o meio ambiente preservado e o tecido urbano ocupado, dosando e dando o melhor direcionamento da ocupação territorial, com a devida proteção dos biomas naturais existentes.
Estes objetivos e princípios básicos do “habitat humano construído” só poderão ser organizados corretamente através da elaboração de um Plano Diretor, razão pela qual, defendemos de forma categórica a aplicação desta importante ferramenta de desenvolvimento urbano regional, na gestão e politicas de crescimento de todas as cidades, seja de pequeno, médio ou grande porte.
Durante a COP 21, na Conferência do Clima das Nações Unidas, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025; e a restringir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, até 2030. Como a questão da sustentabilidade está na sua pauta, enquanto política de planejamento urbano?
Apoiamos as diretrizes aprovadas e assumidas por todos os países signatários dos acordos e compromissos assumidos na COP 21, em especial por aquilo que o Brasil assumiu, entretanto, defendemos que cada País busque adequar suas ações, de acordo à sua realidade, do ponto de vista ambiental e também econômico social, buscando o equilíbrio entre o Desenvolvimento e o Meio Ambiental sustentável.
A Lei 11.888/2008 (Lei da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social) é um dos vetores para a resolução da questão da carência habitacional no Brasil. Que ações você proporia para a consolidação dessa legislação, objetivando a solução desses problemas e a requalificação das moradias inadequadas?
Defendemos Programas Regionais que possam refletir a realidade local e trazer soluções de “Habitat” compatível com a cultura e características construtivas de cada “sitio”, considerando seu clima, topografia e recursos naturais existentes, além de respeitar os costumes tradicionais das relações humanas da vida em comunidade de cada região.
De forma objetiva, defendemos a aplicação de recurso financeiros do Estado principalmente na aquisição de áreas urbanas adequadas a ocupação humana e integradas ao tecido urbano, evitando a criação de bairros isolados e desconectados da vida cotidiana da cidade.
Que outras propostas, que possam vir a impactar diretamente a atuação de profissionais da Arquitetura e Urbanismo, estão no seu plano de ação político?
Estabelecer leis que possibilitem a melhoria dos seguintes setores do desenvolvimento urbano regional:-
– Fiscalizações mais rígidas e efetivas, por parte dos municípios, no controle da ocupação urbana e na construção civil, que eventualmente possam ocorrer sem o devido acompanhamento de profissionais de Arquitetura e Engenharia;
– Estabelecer diretrizes que incentivem as Universidades de Arquitetura/Urbanismo e Engenharia a incluírem em seu currículo o ensino de matérias direcionadas a formação acadêmica de profissionais com capacidade de desenvolver projetos e soluções técnicas para redução do consumo de energia elétrica, adequação ao clima local ereuso com o aproveitamento de água tratada nas edificações e demais adequações Bioclimáticas dos espaços construídos.